terça-feira, 1 de abril de 2008

CONFERÊNCIA: «Os Presidentes e a Televisão»



CICLO DE CONFERÊNCIAS
«OS PRESIDENTES E A TELEVISÃO»

Ramalho Eanes fala na FCSH sobre Televisão.
Quinta-feira, 3 de Abril, 11 horas
Auditório 1
FCSH-UNL

Organização: Departamento de Ciências da Comunicação

"Com uma longa carreira militar dos anos 50 aos anos 70 (que o próprio General Ramalho Eanes teria desejado antes na área da Medicina), é fundamentalmente na área política – e sobretudo enquanto mais alto magistrado da Nação ao longo de uma década, aliás num período de grande complexidade na vida nacional (1976-1986) –, que Ramalho Eanes, ascendeu a um lugar de enorme relevância na História recente da jovem democracia portuguesa, no pós-25 de Abril de 1974. Precisamente como primeiro Presidente da República, naquela a que se chama também a II República Portuguesa.

Mas, curiosamente, o General Ramalho Eanes é um protagonista muito particular da história recente, pois teve um conhecimento e uma experiência pessoal também nas áreas da comunicação social – e daí o seu percurso militar e político ter tido também esta outra dimensão no entrecruzamento com o mundo dos média. De facto, enquanto militar, durante a sua comissão na Guiné, chegou a desempenhar funções de oficial de informações encarregado da montagem do serviço de Radiodifusão e Imprensa. E, já no pós-25 de Abril, integrou a Comissão ad-hoc para os Meios de Comunicação Social (30.4.1974). Teve depois uma passagem pela Direcção de Programas da RTP, ao que se sucedeu o cargo de Presidente da RTP (Radiotelevisão Portuguesa), de Outubro de 1974 a 11 de Março de1975.

No ano seguinte, seria eleito por ampla margem e com grande participação cívica e eleitoral dos portugueses, primeiro Presidente da República da emergente democracia portuguesa, a 27 de Junho de 1976, com 61,5% dos votos. Foi presidente ao longo de dois mandatos, de 14.7.1976 a 9.3.1986. Actualmente é, por inerência, conselheiro de Estado vitalício.

A ideia para este Ciclo de Conferências (a que se seguirão Mário Soares, em data a anunciar e Jorge Sampaio, a 8 de Maio), surgiu há pouco mais de um ano atrás, no contexto da comemoração dos 50 anos da televisão em Portugal, numa altura em que praticamente também se iniciava a renovação das licenças das televisões privadas em Portugal.

Nesse contexto, o desafio a que nos propusemos era, no fundo, procurar enquadrar o debate que foi sendo feito na altura com uma nova proposta, ou seja, ouvir os mais altos magistrados da Nação das últimas três décadas, sobre a sua percepção da relação entre a televisão e a sociedade portuguesa na emergência da nossa jovem democracia.

Sendo certo que, dada a sua particular especificidade, a televisão tem ainda hoje uma enorme influência na sociedade portuguesa, devido, entre outros factores, à débil expressão de leitura de imprensa, à quase inexistente educação para os média, e aos índices ainda elevados de analfabetismo e iliteracia, este era, sem dúvida, para nós, um debate adequado à importância e sobretudo à grande influência da televisão junto dos portugueses. Daí esta proposta de ouvir a opinião dos ex-Presidentes da República sobre diferentes aspectos dessa interacção entre o fenómeno televisivo e a sociedade portuguesa, com base na sua própria experiência e na sua observação privilegiada."


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