domingo, 3 de fevereiro de 2008

Les morts que l'on fait saigner dans leur tombe / Se vengent toujours. (*)



Como não sou uma formiga branca, até considero o Daniel Rodrigues um terrorista, respondo à provocação do anónimo esquizofrénico. Cá está um post sobre o regicidio, uma citação, não do o meu pipi mas de um homem mais ilustre:
"Tenho Grandes imperfeições como homem e como rei. Os meus defeitos procedem de duas causas: primeira, a hereditariedade na gestação do meu ser; segunda, a influência do meio em que nasci e me crie. Considero como primeiro dos meus deveres de pai eliminar ou, quando menos, restringir, por meio de educação mais atenta e escrupulosa, no temperamento, no carácter e na inteligência dos meus filhos, a intervenção dos elementos que actuaram na minha tão imperfeita compleição". (**)

Não sou monárquica mas gostava de D. Carlos e o que mais detesto é saber que sou filha de uma história ou de uma republica instaurada por uma assassinato pelas costas. Tenho nojo da cobardia. Mas como ensina o Evangelho: "A árvore não dá flor enquanto a semente não tenha apodrecido no seio da terra" e o rei D. Carlos foi o martirizado.
Agora só me resta humildemente aguardar o trabalho de Mendes Castro Henriques sobre o famoso "processo do regicidio" e assim talvez consiga-se esclarecer melhor este momento histórico, na verdade vai ser sempre visto e discutido por debaixo de ideologias pré-fabricadas que são assumidas por cada um de nós

(*) Paul Verlaine
(**) Rei
D. Carlos dirigindo a Mousinho de Albuquerque.

25 comentários:

Anônimo disse...

A "provocação" não dimanou da pena do ilustríssimo "Anónimo Esquizofrénico", mas sim do "Anónimo discípulo de Jesus Cristo e d''O Meu Pipi'".

Um pouco mais de atenção, por favor.

SpetzNatz disse...

mmh não percebi se no comentário do "mete-me nojo pertencer a uma republica que veio de um assassinato, de uma forma de cobardia", está inerente alguma ideia semelhante à renuncia total de qualquer tipo de violencia (destrutiva, calculada, com objectivo definido) como meio para atingir este tipo de fins. Revoluções, etc

Anônimo disse...

O senhor Afonso Henriques também andava à paulada nos reizitos mouros...

É um facto: ele andava constantemente à bulha!

Anónimo Fundamentalista Pipiano

Dita disse...

Quando falo da minha repugnação do acto não é só pela sua violência mas sim pela cobardia, matar pelas costas não faz parte do código de honra. O que queria dizer é que não acho um acto heróico os terroristas "suicidas altruísta" (Durkheim) que agora está muito na voga.
A mudança do regime tinha que ser efectuada, mas não foi a melhor forma, isso foi notório com proporções do fracasso da I Rep. dando origem ás ditaduras.
Mas acredito na Republica.

SpetzNatz disse...

Às vezes é uma questão de Física: a energia necessária para vencer o atrito é sempre maior que aquela necessária para depois manter o movimento; creio que era inevitável haver o uso de violência com o fim de liquidar os alvos que se impunham.
Quanto a códigos de honra, isso é algo que podemos considerar totalmente ultrapassado quando à consideração das causas e dos obstaculos - aqueles tipos queriam limpar o sebo ao rei, e à semelhança dos outros tantos em situações similares, o meio empregue é o atentado...eficaz, de baixo orçamento...colocando-nos numa situação em que hipoteticamente teriamos como objectivo a eliminação de alguém bem protejido, porque se haveria de usar outro método ? Seria absurda a "frontalidade honrosa", dizem os presos politicos e os assassinos profissionais.

Do ponto de vista estritamente militar, aí é que é mesmo MUITO discutivel o conceito de 'cobardia'

(estou a ver as coisas do ponto de vista prático !)

SpetzNatz disse...

aah...perdoai os erros ortográficos e a acentuação deficiente

Anônimo disse...

...outras vezes é uma questão de crematística: a pouco e pouco vamos acumulando capital e, no momento certo, usamo-lo para ultrapassar um limiar e tomar vantagem competitiva sobre os nossos concorrentes, através de práticas económicas muitas vezes moralmente objurgáveis.

De qualquer forma, por vezes apercebemo-nos, pelo fluxo incessante do "devir" (Heraclito), que esses momentos acabam por marcar a História e as estórias de cada um dos envolvidos. Tornamo-nos réus no julgamento dos nossos próprios epígonos.

Entretanto, está aberto o concurso para a demonstração de saber e cultura mais despropositada.

Dita disse...

ahahah sem duvida o melhor comentário!!! Oportuno

SpetzNatz disse...

hehehe...viva a confraria multidisciplinar !

Anônimo disse...

Ahahaha grande anónimo. Subscrevo o comentário da Morcela.

Mas és o Pipi ou o Esquizofrénico Culto?

Anônimo disse...

O discípulo do Pipi e do Jesus...já vi que bastante discriminado em relação ao nível de cultura do esquizofrénico, mas enfim. Somos como Deus nosso Senhor nos fez.

Senhor Pai Santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação, darmos graças ao Senhor nosso Deus.

SpetzNatz disse...

do ponto de vista da Fisica, a existencia de um deus intemporal e absoluto também tem muito que se lhe diga ahaha...só o dogma de que ele não está submetido à dimensão 'tempo' é bastante curioso ahahahaha

Anônimo disse...

Do ponto de vista da acupuntura também é estranho...

P.S.: obviamente a procura nas supostas leis da (Actividade-)Físis de uma explicação para algo que alegadamente a transcende só pode ser baldada. Logo, esse comentário é perfunctório. Há pessoas aqui a tentarem falar do Cristiano Ronaldo, da Merche Rameira, da Preta Gil e do Reynaldo Gianecchini e vêm para aqui iluminados discutir Deus e a Físis.

A religião não se discute. Deus é, foi e será.

Anónimo de Pipi e Cristo

SpetzNatz disse...

deus transcende a fisica ??? dava uma demonstração digna de se ver ahaha

SpetzNatz disse...

e o foi, é, e será também ! estamos a considerar quantas dimensões afinal ?? ele é intemporal, mas depois movimenta-se também no tempo....LOL

Anônimo disse...

Transcender - estar para além de.

Por uma questão de lógica, não se explica o que transcende algo com as leis que supostamente regem esse algo. Logo, é impossível demonstrar o que quer que seja que transcenda uma coisa por leis que regem essa coisa.

"Deus é, foi e será": expressão apelativa ao senso comum, mero chavão para terminar comunicação. Não carece de demonstração "científica".

SpetzNatz disse...

a transcendência é portanto devaneio da irracionalidade, uma vez que é anarquica à razão. Dionisianismos em forma de castidade e pudor, para as religiões do nosso "Deus" !

É sempre reconfortante não cair no determinismo...

SpetzNatz disse...

não esquecendo que a filosofia é exercicio da lógica !

Anônimo disse...

?
Juntam-se meia dúzia de palavras e pronto...

SpetzNatz disse...

mmmh tenho de pedir desculpa pelo conteúdo algo aleatorio do que disse ontem, estava algo alcoolizado...

Vou tentar colocar as colocar as coisa com algum sentido:

Na nossa condição espacial-temporal, estamos submetidos a um determinado conjunto de dimensões; tempo, distancia...a fisica, portanto. Estas dimensões são totalmente inalienaveis ou manipulaveis, ou seja, é impossivel reescrever as leis, as "equações cósmicas" que determinam todo o nosso universo. Assim, no ponto de vista racional, a existência de uma entidade cognosciente que tem a capacidade de manipular, é inaceitavel. Assim, qualquer entidade cognosciente que se desloque no meio desse tecido sem ser submetido às leis, inclusivamente manipulando-as (acção divina do controlo das variaveis etc), terá que ser algo irracional, pelo menos para as nossas dimensões existenciais. No entanto, se partirmos para o plano irracional, ou seja, a supra-racionalidade da transcendencia que creio que te referes, que numa optica cósmica será uma outra realidade paralela com um conjunto N de variaveis, dimensões que nos ultrapassam (a dimensão temporal, por exemplo). Por exemplo, se nós na nossa realidade temos um determinado parametro em função de uma variavel, (p.e. distancia vs tempo), em que nem rezas ou suplicas a um irracional ser divino (no sentido clássico) podem jamais alienar isso. Por lógica, podemos transpor o mesmo raciocinio para a "equação" que determina a nossa existencia em função das nossas realidades. Não lhes podemos fugir, a causalidade é fatal, a limitação dimensional é total, tal como defende o Determinismo de Leibnitz (creio que se escreve assim...) e Newton.
Portanto, a supra-racionalidade transcendental só poderá ser considerada num cosmos em que seja possivel manipular as variaveis fisicas, alienar os logaritmos matematicos, anular os elementares principios lógicos. Se definirmos um "deus" como tendo essa capacidade, estamos a definir uma especulada realidade espacial-fisica, e é valido considerar isso. É sensato e perfeitamente legitimo aceitar realidades transcendentes, mas ela só poderá ser justamente OUTRA realidade, não a nossa.

Muito resumidamente era isto, tem depois uma leitura matemática associada, que nao vou explicar. Aceitar uma realidade transcendente passa por aceitar uma realidade que não é a nossa, por aceitar a fatalidade do nosso acaso e limitações dimensionais, e portanto, aceitar que a transcendencia está fora da nossa capacidade, tenta-la é fútil pois a nossa limitação é total por muito que nos droguemos ou rezemos.

Mas para ser honesto, o aspecto que depois me faz bastante impressão no conceito de "deus", é o conceito do "divino", da vassalagem, da ritualidade. É uma criação nossa, totalmente teatral e artificial, e a historia mostra claramente a sua mutabilidade...e mutabilidade numa coisa que consideramos absoluto é uma tremenda contradição.

Respeitosamente, e pedido novamente desculpa pelo meu nevaneio etanolico: SN

Anônimo disse...

Sim senhor Monsieur de Broglie, mais uma demonstração de conhecimento válido deveras despropositada.

Está de todo longe das minhas intenções (e, até certo ponto, competências) lucubrar sobre gnoseologia, epistemologia e teologia num blog, pelo que a sua explicação permanecerá um marco incontestado no progresso da Humanidade.

Entretanto, cantemos em latim a sagrada liturgia.

O corpo de Cristo.
Amen.
O amor de Cristo nos uniu.
Graças a Deus.

SpetzNatz disse...

religião vem sempre a proposito de politica.

O prazer foi todo meu !

Anônimo disse...

Vamos lá esclarecer o assunto: quando se invoca Deus, os anjos e os santos, pode ser apenas por puro deleite. Porque tem a sua piada, pronto. Sem que isso resulte de qualquer profissão de fé da pessoa que se expressa nesses termos.

Posto isto, resume-se muita coisa em duas palavras, que são consistentes com a explicação de Monsieur de Broglie: idealismo crítico. E pronto, lá se vai o carnaval católico apostólico romano para dar lugar à discussão racional. Mas a quem interessa uma discussão dessas? A mim não, certamente.

O que é mais interessante num blog: discutir filosofia (em toda a possível amplitude do termo, como teria que ser o caso) ou espicaçar as pessoas, com frases curtas e incisivas, o mais das vezes completamente aleatórias?

Qualquer coisa vem a propósito de qualquer coisa, desde que a primeira coisa seja um assunto em que tenhamos conhecimento e façamos gala em o exibir.

SpetzNatz disse...

ahaha com isso corrobora muito conteúdo dos comments, em vários posts, de facto...mas veja que não fui eu quem trouxe a religião e a exposição liturgica à mesa !

Repare no entanto que sou grande apreciador da sua erudita aplicação de vocabulário, e alegorias pipiano-religiosas !!

Anônimo disse...

Eu teria fuzilado a família real toda. E se houvesse guilhotinas por cá, tinha cortada cabeça de cada um deles ali no Rossio, com a populaça toda de Lisboa a ver.